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O mês de fevereiro começou com vários governos do mundo dando passos em direção à Web3. O Banco Central da Espanha aprovou o desenvolvimento de um projeto piloto de emissão de stablecoins, o Estado de Nova York apresentou um projeto de lei que permite que agências estaduais aceitem criptos como meio de pagamentos e os legisladores da União Européia (UE) flexibilizaram o projeto de lei sobre ativos digitais. Outros destaques da semana foram:
A adesão de Bitcoin e Ethereum cresceu em 2022 apesar do inverno cripto;
A Binance e Mastercard lançaram um cartão de crédito no Brasil;
Os tokens do metaverso superaram o Bitcoin em janeiro;
A ImmutableX pretende integrar os jogadores da Web3 através do Immutable Passport;
A MetaMask adicionou novas configurações de privacidade;
A Aave anunciou a implementação da sua terceira versão (Aave v3) na rede Ethereum;
O estado da Califórinia pretende começar a tokenizar títulos de posse de carros;
A XP Investimentos adicionou os tokens da Cardano, da Litecoin e da Solana na XTAGE;
A Premier League fechou um acordo com a Sorare e lançou NFTs dos jogadores da liga;
A Coréia do Sul começará a rastrear transações na blockchain para reprimir a lavagem de dinheiro;
A Djed, uma stablecoin descentralizada, foi lançada na blockchain da Cardano;
O DekaBank anunciou que oferecerá produtos e serviços com criptoativos;
A Ethereum lançou a Zhejiang testnet, a rede de testes da Shanghai Upgrade.
A nova era da internet já chegou e as maiores empresas do mundo estão se preparando para aproveitar as oportunidades que a blockchain oferece. Com a crescente popularidade desse mercado, gigantes como Meta, Amazon, Microsoft e Google estão investindo na infraestrutura e em novos modelos de negócios. A transformação das relações humanas em uma rede mais escalável, segura e inclusiva, pode revolucionar a forma como lidamos com dados, meios de pagamento e trabalho, mudando para sempre a maneira como o mundo funciona.
Então, como as maiores empresas do mundo estão se preparando para a Web3? Quais são seus objetivos e investimentos? É sobre isso que vamos falar a seguir, apresentando exemplos concretos de como as grandes empresas estão se posicionando nesta nova era da internet.
Amazon
A Amazon tem visto a blockchain como uma oportunidade para melhorar a segurança, transparência e eficiência de suas operações. A empresa tem feito investimentos significativos em soluções baseadas nessa tecnologia em diversos setores de seu negócio.
Um dos maiores investimentos da empresa na blockchain é a Amazon Managed Blockchain (AMB). Essa plataforma permite que os usuários criem e gerenciem redes blockchain personalizadas, fornecendo recursos para a construção de aplicações descentralizadas através da Hyperledger Fabric, uma blockchain apoiada pela Linux Foundation. Além de permitir o gerenciamento de nodes da Ethereum e de suas testnets, podendo fazer integrações com outros serviços da Amazon, como o Amazon Simple Storage (serviço de armazenamento) e o Amazon Kinesis ( serviço de coleta e processamento de dados de streaming).
Outra iniciativa da empresa é o Amazon Quantum Ledger Database (QLDB). Essa solução permite que as empresas registrem informações em uma base de dados imutável, garantindo sua integridade e facilitando a auditoria. O QLDB também pode ser utilizado para gerenciar registros de ativos digitais.
Além disso, a Amazon também está explorando a possibilidade de usar blockchain para melhorar a segurança e a transparência em sua cadeia de suprimentos. A empresa está trabalhando em projetos para rastrear a origem de produtos, verificar a autenticidade de itens e garantir a conformidade com regulamentos e padrões, como é o caso do Track and Trace.
O movimento em direção à Web3, no entanto, não se limita aos investimentos e desenvolvimentos internos, a empresa também está fazendo parcerias com empresas criptonativas para incentivar desenvolvimento, tais como a Chainlink (LINK) e a Avalanche (AVAX).
Google
Nas últimas duas décadas o Google tem sido um dos grandes líderes da tecnologia, sempre buscando inovar e explorar novas áreas, a Web3 não é uma exceção.
Um dos esforços que mais se destacaram no último ano foi a integração do Google Cloud com inúmeras blockchains. Esse processo foi estruturado a partir da Blockchain Node Engine, um serviço de hospedagem de nodes (nós) seguros para auxiliar protocolos e desenvolvedores na criação e implementação de aplicativos nas blockchains. Dessa forma, foram desenvolvidas parcerias com grandes nomes como Ethereum, Solana, Polygon, BNB Chain, Ronin e Near Protocol.
O Google Cloud também fez iniciativas junto a Chainlink através da integração de oracles com seu armazenamento de dados em nuvem BigQuery, que permitiu a conexão de informações do mundo real com contratos inteligentes, começando por atualizações on-chain de dados metereológicos.
Além disso, a empresa também criou uma unidade específica para ficar responsável por serviços voltados à blockchain. A divisão é uma orientação da companhia para a criação de soluções que utilizem a tecnologia e que possibilitem a integração da realidade aumentada aos principais produtos e serviços do Google, o que e pode indicar novas iniciativas da gigante da tecnologia em relação ao metaverso, que tem sido o foco de diversas companhias, como a Meta.
Meta Platforms
A empresa está tão orientada para a nova era da internet que, em outubro de 2021, realizou o rebranding de sua marca, de Facebook para Meta. De acordo com Zuckerberg, essa transformação tem como objetivo primordial o próximo passo na história do Facebook, de modo a aproximar a marca do metaverso. A empresa tem investido em tecnologias e parcerias que visam construir e popularizar essa realidade. Algumas dessas ações incluem:
Oculus: A Meta investiu na Oculus, uma das principais empresas que oferece hardware e software para a criação de conteúdo de realidade virtual (VR).
Horizon: O Horizon é uma plataforma social VR que permite aos usuários se conectarem, jogarem jogos e criarem conteúdos juntos. O objetivo do Horizon é se tornar um importante hub de atividade e interação no metaverso.
Além disso, para facilitar a monetização desses ambientes virtuais a Meta também tentou desenvolver um sistema de pagamentos próprio, como o projeto Libra, que era uma criptomoeda global da empresa, e o projeto Novi, responsável por fornecer aos usuários uma forma segura e fácil de enviar e receber dinheiro usando a criptomoeda Libra. Projetos que, no entanto, foram descontinuados em 2022 devido a incertezas regulatórias.
Embora suas iniciativas ainda não tenham gerado resultados positivos, apresentando uma perda líquida de US$ 13,7 bilhões em 2022, a Meta mantém o metaverso como parte de sua estratégia de crescimento e inovação. Ao investir no metaverso, a empresa busca aumentar sua base de usuários e fortalecer sua posição no setor de tecnologia e entretenimento.
Microsoft
A gigante da tecnologia já desenvolveu grandes projetos em blockchain. Um deles é o Identity Overlay Network (ION) na blockchain do Bitcoin, uma solução de segunda camada que fornece um identificador descentralizado (DID) que capacita todos os usuários e entidades com propriedade e controle sobre suas identidades.
A empresa de software também planeja competir com a Meta e sua ambição de criar um ecossistema metaverso. Recentemente o diretor global de estratégia, Henry Bzeih, disse que, à medida que o mundo se move em direção a um cenário mais digital, um modelo híbrido provavelmente será o futuro das relações entre consumidores e empresas. Segundo o executivo, “quando falamos sobre toda a experiência do cliente, é preciso levar em consideração o metaverso”.
Além disso, a Microsoft tem feito investimentos em plataformas focadas na Web3, como é o caso da Space Time, uma empresa que pretende utilizar o modelo “Proof-of-SQL” para permitir que a lógica de negócios em sistemas centralizados tradicionais seja automatizada e conectada diretamente aos contratos inteligentes, sendo um importante mecanismo de integração do Microsoft Azure, plataforma concorrente do Amazon AWS e do Google Cloud, para fornecer aos usuários a possibilidade de acessar e usar seus dados armazenados na blockchain.
O interesse não está restrito ao segmento de tecnologia
Nike
Embora a associação mais usual seja vincular inovação à indústria de tecnologia, também é possível acompanhar o movimento de grandes empresas de setores distintos para essa nova realidade. Este é o caso da Nike, que é um ótimo exemplo de como as grandes marcas da indústria da moda podem adotar uma abordagem inovadora através da utilização de tecnologia blockchain.
A Nike lançou sua primeira coleção NFT, CloneX, em 2021 e, no mesmo ano adquiriu a RTFKT, uma empresa nativa da Web3 líder em criação de personagens 3D para mundos digitais.
Juntamente com a RTFKT, a Nike se tornou uma das marcas mais bem-sucedidas no espaço, lançando mais de uma dezena de coleções NFT que geraram US$ 185,26 milhões em vendas primárias de NFT e royalties comerciais, segundo os dados divulgados no Dune.
Em novembro de 2022, a Nike anunciou que está levando sua estratégia Web3 a um passo adiante com o lançamento de um marketplace chamado .Swoosh, que se apresenta como “uma nova experiência de comunidade, projetada para dar ao usuário a oportunidade de co-criar o futuro da Nike” e que pretende permitir que os membros da comunidade criem e negociem coleções digitais.
Adidas
A Adidas começou a se envolver com a Web3 em novembro de 2021 através da aquisição de um terreno no metaverso do The Sandbox. No mesmo mês, também fez parceria com a Coinbase.
Em dezembro de 2021, a Adidas faturou US$ 23,5 milhões com a estreia de sua coleção de NFTs “ Into the Metaverse” em colaboração com o Bored Ape Yacht Club, o criador do PUNKS Comic NFT Pixel Vault e o colecionador privado de NFT gmoney.
Em janeiro de 2022, a empresa expandiu suas parcerias através da Web3, lançando com a Prada um projeto NFT chamado “Adidas for Prada re-source” na rede Polygon, que permite que os fãs contribuam com seus próprios designs.
O processo é contínuo e a transformação é constante
As iniciativas para transformação dos modelos de negócio não param por aí. É um processo contínuo e muito mais empresas e marcas já estão participando deste setor, tais como Dolce & Gabbana, Gucci, Time, Budweiser, Lacoste, NBA e NFL. A tecnologia está sendo desenvolvida de forma a tornar a experiência de interação o mais simples possível, como checar um e-mail ou uma mensagem no celular, fazendo parte do dia a dia das pessoas. Este é apenas o começo de uma jornada que tem tudo para revolucionar a forma como as empresas conduzem seus negócios e como as pessoas se relacionam com a tecnologia.
Um período de short squeeze no mercado
O indicador Fear & Greed index, que mensura o sentimento de mercado em relação ao momento atual, está em 60 pontos, representado pela “ganância”. O indicador apresentou uma melhora desde a semana anterior, quando apresentava 55 pontos. Este é o nível mais alto desde abril de 2022.
Depois de um ano muito difícil para o Bitcoin, os dados on-chain de 2023 mostram sinais positivos de que a criptomoeda começou a se recuperar.
Essa melhora na perspectiva do mercado também pode ser observada através do comportamento do mercado futuro de Bitcoin, que demonstrou um “short squeeze”, resultado de fechamento acentuado de posições de proteção e de posições especulativas que apostam contra o mercado (shorts) em um período curto. De acordo com dados da Glassnode, esse movimento começou em janeiro.
Fonte: Glassnode
No entanto, apesar dessa melhora do mercado, o total de alavancagem em aberto está em declínio desde o colapso da FTX, no início de novembro.
Fonte: Glassnode
Além disso, é possível observar que o fluxo de saída de Bitcoin de corretoras centralizadas continua. Os dados sugerem que estamos no nível mais baixo de concentração de BTC em corretoras desde 2018; A maior saída mensal de BTC da história ocorreu no período de novembro a dezembro, atingindo -200 mil BTC no mês.
Fonte: Glassnode
Em janeiro de 2023 o Bitcoin apresentou o desempenho de preço mensal mais forte desde outubro de 2021, alimentado pela correção da forte queda de novembro do ano passado e da sequência de short squeezes. Este rali de alta trouxe uma grande parte do mercado de volta ao lucro, corroborando com o sentimento otimista demonstrado pelo índice do medo e da ganância.
Recomendações de leituras:
“How Japan's 'trusted web' could improve digital governance” - World Economic Forum
“Address poisoning scams” - MetaMask
“Decentralized Autonomous Organization Toolkit” - World Economic Forum
“Consensus in 50 pages” - Andrew Lewis-Pye
Fechamento semanal do mercado:
BTC - US$ 23.363,00 / 7D %: +1,52%
ETH - US$ 1.651,00 / 7D %: +2,89%
USD - 5,13 BRL / 7D %: +1,78%
Cotação atualizada em: 03/02/2023 as 18:10
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