Polygon vem crescendo mesmo em um bear market

Edição de fechamento semanal - 16/07/2022

jul 16, 2022

A Polygon dominou as notícias da semana. Seu token subiu cerca de 22%* nos últimos 7 dias, e desde que atingiu a mínima de US$ 0,316 em 18 de junho durante a pior liquidação do mercado, o MATIC já valorizou cerca de 130%*. A rede começou a receber nessa semana 48 projetos oriundos do ecossistema Terra que ficaram desabrigados após seu colapso. Além disso, saiu a notícia de que eles foram aceitos no programa de desenvolvimento de negócios da Disney, que apoia o crescimento de empresas inovadoras. Nos últimos meses, a equipe vem fechando diversas parcerias com grandes empresas como Reddit, Meta, Disney. É importante lembrar que a Polygon é um hub de soluções de escalabilidade e seus serviços se expandem além de sua sidechain PoS. Algumas soluções já estão em operação como o Polygon Hermez, um Zk Rollup, e algumas estão em desenvolvimento como Polygon Zero e Polygon Avail, que devem ser lançados em breve.

Outro ponto a se destacar foi a questão da regulação do setor. Houve um conjunto de avanços em diversos países como Estados Unidos, Reino Unido, França, e grandes organizações internacionais. A Organização Internacional de Comissão de Valores Mobiliários (IOSCO) publicou um crypto roadmap para o ano de 2023; o G20 anunciou que irá propor em outubro as primeiras regras globais para o setor. O lançamento da primeira stablecoin da libra esterlina, totalmente apoiada e regulamentada pelo Reino Unido; país que também passa a permitir entrega de documentos legais por meio de NFTs; o início da segunda fase de experimentos do projeto de CBDC do Euro e a convocação da opinião pública pelo Tesouro dos EUA para opinar sobre futuras políticas do país em relação as criptomoedas são mais alguns dos exemplos.

Fechamos a segunda semana de julho sem grandes oscilações nos dois principais ativos do mercado, com o bitcoin sendo cotado a US$ 20.928,84* e o ether se mantendo na casa dos US$ 1.251,63*.

A tecnologia DSNP permitirá o surgimento de plataformas de redes sociais da Web3

Durante o evento “Polkadot Decoded” foi anunciado a Frequency, uma parachain com foco em mídias sociais. Ela faz parte do Project Liberty, uma iniciativa apoiada pelo bilionário do ramo imobiliário Frank McCourt, que tem como objetivo fazer frente ao oligopólio do setor dos dias atuais. McCourt destinou US$ 100 milhões à iniciativa que pretende resolver problemas em torno da privacidade de dados e manipulação do usuário que não podem ser resolvidos por meio da regulamentação das plataformas atuais. O conceito de mídias sociais descentralizadas vem ganhando força. Pessoas como o ex-chefe do Twitter Jack Dorsey e a plataforma financeira descentralizada Aave têm falado sobre o potencial desse segmento.

Esse problema em torno da privacidade de dados e manipulação do usuário, apenas uma solução de código aberto e de propriedade pública pode resolver. O Project Liberty pretende isso, e desenvolveu o conceito de Decentralized Social Network Protocol (DSNP). É aí onde a Frequency se enquadra, já que ela pretende ser a primeira implementação desse conceito no ecossistema da Polkadot.

O DSNP modela a identidade de um usuário como um contrato inteligente de propriedade individual em uma blockchain pública. Esse contrato inteligente permite que o usuário mantenha o controle total de seus dados e garante que nenhum terceiro possa revogar seu acesso.

A base do conceito de DSNP é que os três elementos a seguir sejam aplicados sem a existência de uma entidade centralizadora:

Identidade → Usuários devem ser identificados (diferenciados uns dos outros) para engajar na maioria dos casos de uso; porém com identidades pseudônimas; ou seja, independente de identidades físicas;
Gráfico social → Criação e gestão descentralizada dos relacionamentos dos usuários, como os dados de quem são seus amigos ou seguidores;
Mensagem → Usuários poderem se comunicar uns com os outros a partir das informações do gráfico social, como em postagens, respostas, reações/curtidas e mensagens diretas.

Para que isso seja alcançado, deve ser trabalhado simultaneamente “como” os seis aspectos abaixo devem ser atingidos. A maneira de alcançá-los que diferencia o conceito de DSNP das plataformas de mídias tradicionais.

Propriedade → Quem possui e controla os dados?
Privacidade → Como e quando os dados são privados e como essa privacidade é gerenciada?
Autenticidade → Como as ações do protocolo podem ser verificadas e atribuídas?
Portabilidade → Como os usuários podem fazer uso de seus dados pessoais em diferentes ambientes? Quais dados estão disponíveis para terceiros e como eles são obtidos?
Usabilidade → Quais opções existem para a interação do usuário?
Extensibilidade → Como a funcionalidade é alterada ou atualizada ao longo do tempo?

Sua ideia é implementar esses conceitos de DSNP em um ecossistema altamente interoperável, excelente para que problemas de escalabilidade sejam mitigados. O sucesso ou não da parachain no final das contas deve depender da adoção dos usuários finais e da capacidade do time de implementar essa proposta de valor teórica, na prática.

No momento, não temos muitas informações sobre a parachain Frequency em específico. Uma das poucas informações conhecidas é que um token está sendo planejado e que em vez de cobrar taxas de transação para enviar mensagens e fazer interações, eles pretendem usar um modelo staking para que os usuários possuam tal capacidade, segundo Harry Evans, diretor de tecnologia da Unfinished Labs, construtora da rede Frequency. Braxton Woodham, criador da Frequency e do conceito de DSNP, disse que esse modelo de staking proposto “permite que os usuários votem com seus bolsos nos aplicativos que são mais eficazes e melhores para a sociedade”, e “também permite um nível de transparência que evita alguns dos resultados tóxicos que vimos na web atual.”

De qualquer forma, por conta das aplicações na web 3 serem de código aberto, nada impede alguém que não goste de algum ponto em específico de uma solução de replica-la alterando apenas os pontos de insatisfação, se transformando em seu concorrente. Os maiores beneficiários disso são os usuários, que vão deter a posse de suas informações sociais e ter a possibilidade de escolher com quais plataformas compartilhá-las.

Mais informações sobre o conceito de DSNP podem ser encontradas no site do Project Liberty e em seu Whitepaper.

Dados On-Chain:

O indicador Fear & Greed index, que mensura o sentimento de mercado em relação ao momento atual segue sem grandes oscilações e ainda permanece em um nível de “medo extremo”.

Outro importante indicador, o múltiplo de Meyer (preço do BTC atual dividido pela sua média móvel dos últimos 200 dias) marca um ponto interessante, abaixo de 1,0. Patamar é menor que 96% dos dias.

Acima de 2,4: Mercado muito esticado, tende a retornar a média (melhor momento de realizar lucro);
Entre 1,0 e 2,4: Patamar intermediário, próximo a média;
Abaixo de 1,0: Mercado muito contraído, tende a retornar a média (melhor momento de fazer novos aportes);

O múltiplo de Meyer médio desde a criação do bitcoin é de 1,40. Hoje estamos em um valor de 0,58.

E por último temos o indicador MVRV (Market Value to Realized Value). Ele é utilizado para visualizarmos se as carteiras dos holders de bitcoin estão com lucros ou prejuízos, e em qual intensidade.

O índice é medido pela capitalização do mercado atual dividido pelo preço médio dos holders

Quando o múltiplo está entre 1,0 e 3,7: os holders em média estão no lucro.

Múltiplo alto: Possivelmente o mercado está ficando muito caro. Mais pessoas estão lucrando e é mais possível que haja realização desses lucros levando a uma queda.
Múltiplo baixo: Possivelmente o mercado está ficando muito barato. Menos pessoas estão lucrando e estão em busca de vender em um momento mais oportuno.

Historicamente, poucas vezes o múltiplo ficou menor que 1,0.

Hoje estamos com esse múltiplo abaixo de 1,0. Atualmente em 0,93. Isso indica que os holders em média estão no prejuízo.