O Halving passou. Nesta última sexta-feira, a recompensa de bloco paga aos mineradores foi reduzida pela metade. Juntamente com isso, tivemos uma grande novidade que diferenciou o momento atual dos halvings anteriores: o nascimento do protocolo Runes.
Desenvolvido por Casey Rodarmor, o mesmo criador dos Ordinals, o Runes foi implementado oficialmente no bloco do halving. Seu lançamento está sendo um dos assuntos mais discutidos do mercado nas últimas semanas, pelo potencial de pagar airdrops e de atrair liquidez e atenção ao ecossistema do Bitcoin.
Nesta edição de fechamento semanal da Morning Jog, entenderemos um pouco mais sobre esse forte movimento que vem se desenvolvendo na maior blockchain do mercado: o que é, como funciona, a história por trás, quais os próximos objetivos e como você, investidor, pode se expor na prática.
O que é o protocolo Runes?
O protocolo Runes permite a criação e negociação de tokens fungíveis na rede do Bitcoin de uma forma muito mais otimizada do que o padrão BRC-20, criado em março de 2023 para a mesma função. Assim como os Ordinals, o Runes utiliza da técnica de inscriptions para registrar informações em satoshis, a unidade mínima do bitcoin.
Podemos enxergá-lo não como um concorrente do padrão BRC-20, mas sim um upgrade em relação ao seu modelo. Como podemos observar na tabela a seguir, seus principais diferenciais incluem um modelo baseado em UTXO (que é mais eficiente), a não dependência de dados off-chain e a integração com redes de segunda camada do BTC, como a Lightning Network.
Runes vs BRC-20
NFTs Pré-Runes
Alguns dos projetos que pretendem lançar seus tokens utilizando o protocolo Runes anteciparam esse movimento através do que eles chamam de mineração. São coleções de NFTs em Ordinals que garantem acesso a uma certa quantidade de tokens quando eles forem lançados. O principal marketplace do mercado para Ordinals, Magic Eden, classificou-as como projetos Pré-Runes e criou uma categoria específica em sua plataforma.
A Runestone e os OGs
Um ponto interessante de todo o ecossistema de Ordinals que foi criado no último ano é que nesse momento de aquecimento da narrativa, os early adopters estão sendo os maiores beneficiados. Usuários OG puderam lucrar de diversas formas, como fazendo hold de coleções que se valorizaram significativamente, como Ordinal Maxi Biz (OMB), Node Mokes, Quantum Cats, recebendo acesso a whitelists que coleções como essas garantiram, até airdrops recebidos.
Um dos eventos mais impactantes foi o airdrop das Runestones para as pouco mais de 112 mil carteiras que possuíam pelo menos 3 NFTs em Ordinals no momento do snapshot. Em seu lançamento ela estava sendo cotada no mercado secundário a US$ 1 mil e com a aproximação do lançamento do protocolo,seu preço vem se valorizando para os atuais US$ 4,5 mil.
Isso é explicado pelo fato de, além de seu criador ser o Leonidas, que é umas das maiores referências de Ordinals, o as Runestones garantirem aos holders 3 futuros airdrops, sendo o primeiro deles a primeira memecoin da rede do Bitcoin, a qual deve ocorrer nas próximas horas.
A memecoin se chamará Dog, não possuirá pré-venda ou alocação destinada a equipe. Todo o seu supply será destinado aos holders de Runestones. Seu objetivo é se tornar a maior memecoin do mercado cripto, superando a Dogecoin em termos de capitalização de mercado.
A segunda memecoin será lançada ainda esse ano e a terceira apenas se e quando a DOG atingir seu feito principal e ultrapassar a Dogecoin.
A coleção Runestone atualmente configura a frente de Bored Ape Yatch Club e atrás apenas de Cryptopunks como a maior coleção de NFTs em termos de capitalização de mercado, com a incrível marca de US$ 572 milhões.
Maiores coleções de NFTs do mercado cripto
DeFi no Bitcoin
Um dos segmentos de mercado que o Runes pode catalisar é o de Layer 2 do Bitcoin. Devido a uma maior compatibilidade do protocolo com essas soluções, toda uma gama de novos produtos e serviços DeFi serão desenvolvidos, além da expansão dos já existentes.
Dessa forma, Lighting Network e Stacks devem passar por um aumento do nível de adoção pelos próximos meses, assim como soluções como BVM e BOB. Este último foi inclusive o tema da nossa última edição de fechamento semanal da Morning Jog.
Além dos benefícios de programabilidade que algumas dessas soluções trazem, temos também o fato de que as taxas de gás na rede principal podem permanecer de forma elevada por um bom período de tempo, inviabilizando determinados tipos de operações.
Como se expor ao setor?
Se você ficou interessado sobre o assunto e quer aprender sobre ele na prática, interagindo com os primeiros projetos lançados, basta baixar uma extensão de navegador de uma carteira compatível com Ordinals, como Xverse ou Unisat.
Crie sua conta, se atente a diferenciação de endereços de envio e recebimento de bitcoins e de Ordinals, envie recursos e explore marketplaces como o Magic Eden, que deve ter, a partir de hoje, uma categoria própria para tokens do protocolo Runes.
Lembre-se sempre de fazer sua própria pesquisa, nada do que foi trazido aqui se trata de recomendação de investimento. Apesar do hype e a possibilidade de fazer parte da história como pioneiro em uma nova narrativa na maior e mais robusta blockchain do mercado, a grande maioria dos projetos que devem ser lançados não possuem lógica e não fazem o menor sentido no longo prazo, seguindo a mesma dinâmica dos tokens das próprias redes EVM e Solana.
Independente disso, é natural que quase tudo se valorize em um momento inicial, devido ao FOMO. O sentimento é parecido com o hype de NFTs na Ethereum em 2020 e 2021. Acompanhar os próximos passos será bem interessante.
As dez notícias mais importantes da semana
A B3, bolsa de valores do Brasil, disponibilizará uma solução de ativos tokenizados para plataformas de crowdfunding;
A Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong aprovou algumas aplicações para a abertura de ETFs spot de Bitcoin e Ether;
O Banco do Brasil está entre os principais investidores institucionais do ETF de bitcoin lançado pela BlackRock;
A rede de primeira camada Berachain levantou a quantia de US$ 100 milhões em uma rodada de captação Series B;
A Uniswap Labs aumentou a taxa cobrada através da interface do seu site oficial de 0,15% para 0,25%;
A corretora OKX lançou oficialmente a X Layer, sua rede de segunda camada;
A ByteDance, empresa controladora do TikTok, realizou uma parceria com a Mysten Labs, empresa responsável pela Sui para aprimorar as ofertas de jogos Web3 e SocialFi na blockchain Sui;
A Adidas realizou uma parceria com o protocolo move-to-earn Steppn para lançar uma coleção de NFTs da marca.
Qual será o fim do satoshi épico?
O protocolo ordinals em sua essência ordena cada um dos satoshis, unidades mínimas de um bitcoin, já minerados. Com base nisso, foram definidas certas categorias de raridades entre eles.
O bloco do halving foi marcado pela mineração de um satoshi épico, representado pelo primeiro satoshi de um bloco pós halving. O minerador responsável por resolver o problema matemático teve possivelmente a melhor oportunidade de arbitragem da história do mercado. Especula-se que o sat possa ser vendido por milhões de dólares.
A Foundry Digital, principal pool de mineração de Bitcoin em termos de hashrate, já confirmou que se caso eles minerem o bloco, o satoshi épico será isolado, vendido e o lucro da operação distribuído para os integrantes da pool.
Links recomendados
“O que esperar para o halving do bitcoin” - Morning jog
“Como se expor ao airdrop da BOB, uma L2 do Bitcoin” - Morning Jog
“Para além da camada base: entenda o ecossistema do Bitcoin” - Morning Jog
“Everything you NEED to know about RUNES” - @ibrahimalireal
Fechamento semanal do mercado:
BTC - US$ 64.188,00 / 7D %: -3,72%
ETH - US$ 3.081,00 / 7D %: -4,28%
USD - 5,20 BRL / 7D %: +2,09%
Cotação atualizada em: 19/04/2024 às 16:20
Sobre o Morning Jog
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