Conheça alguns projetos promissores para o próximo ciclo
Edição #440 - Fechamento semanal - 18 de novembro de 2023
Todo ciclo cripto, novos tokens e novas narrativas surgem, ressurgem e se reinventam. A tecnologia se desenvolve e novas oportunidades para investidores são apresentadas. Investidores, sejam institucionais ou de varejo, sempre precisam ficar atentos a como o mercado se comporta e para qual direção ele vai. Mas são muitas oportunidades surgindo todos os dias. Por isso, resolvemos dedicar algum tempo estudando novos protocolos e apresentando alguns que ainda estão fora do radar de muitos no mercado.
Podemos encontrar novos protocolos interessantes dependendo do setor em que ele está alocado e das tendências de mercado que ele pode se beneficiar. Dessa forma, traremos nesta edição de fechamento semanal projetos com potencial assimétrico, incluídos em boas narrativas para o próximo ciclo.
Nesta edição, falaremos sobre os projetos Render Network, RMRK e Chainge Finance. Com características distintas, eles vem ganhando mais visibilidade no mercado por proporcionarem ideias inovadoras e com grande potencial de aceitação pelos usuários em uma perspectiva de médio/longo prazo. Vamos conferi-los a seguir.
Render Network
A Render Network valorizou mais de 700% desde o início do ano. Além disso, no Solana Break Point, o evento anual da Solana que ocorreu em outubro em Amsterdam, tivemos o anúncio oficial da migração do protocolo da rede Ethereum para a rede Solana. Inclusive, o protocolo teve um painel exclusivo no evento.
A Render pode ser considerada como um protocolo do setor de DePIN, sigla para provedores de infraestrutura física descentralizada. Atualmente, é classificada como o segundo maior protocolo do setor, ficando atrás apenas da Filecoin.
Maiores projetos do setor DePIN
O que é a Render Network?
A Render é uma rede descentralizada que atua como uma ponte entre artistas e estúdios que precisam de serviços de renderização (transformação de arquivos simples em produtos digitais finais) e usuários que possuem máquinas de hardware capazes de fornecê-lo. Pelo serviço prestado, os pagamento são feitos no próprio token do protocolo, o RNDR.
Isso permite que máquinas com capacidade de processamento ociosa possam rentabilizar em cima disso de forma descentralizada e, ao mesmo tempo, um artista que precise de um serviço de renderização o consiga alcançá-lo através de sua própria máquina, mesmo que limitada.
Esses serviços são necessários para serviços que dependem de motion graphics e efeitos 3D, e se aplicam a diferentes finalidades como em filmes, jogos on-line, metaversos cripto e aplicações de dispositivos de realidade virtual (VR) ou realidade aumentada (AR). Além disso, o Render também pode ser utilizado para finalidades como machine learning e simulações.
A Render eleva esse mercado a sua próxima era, descentralizando esses serviços e permitindo que pessoas normais forneçam esse poder de renderização em troca de uma remuneração extra.
Para utilizar a Render, um usuário precisa enviar uma solicitação com especificações sobre o trabalho a ser realizado, para então saber a quantidade de tokens RNDR necessários para concluí-lo. Assim que aprovado os termos, o contrato inteligente é acionado e escolhe automaticamente um fornecedor de GPU. Este exerce o trabalho e é recompensado na quantia estabelecida.
De forma geral, as três principais competências do protocolo são:
Escalabilidade: Ela é uma rede de renderização escalável que pode ser ampliada para qualquer tamanho para atender às demandas do usuário. Sua rede de prestadores de serviços apresenta uma alternativa eficiente às soluções de mercado centralizadas.
Eficiência: Os usuários da Render Network têm mais eficiência nos dois cenários possíveis, seja solicitando um serviço ou fornecendo o excesso de potência de sua GPU. Como as unidades GPU requerem uma quantidade significativa de eletricidade para funcionar e muitos artistas e estúdios estão baseados em centros urbanos caros, essa passa a ser uma alternativa mais viável para realizar o serviço.
Privacidade e censura: A maioria das opções de serviços existentes depende de plataformas centralizadas que podem censurar ou excluir dados do usuário sem aviso prévio. Através da tecnologia blockchain, a Render garante que os materiais do criador sejam protegidos durante todo o seu ciclo de vida. Ela ainda é uma rede que fornece proteção de IP e informações criptografadas de seus usuários.
A história e o time por trás
O time por trás da Render Network é da OTOY, uma empresa especializada em soluções de software baseadas em GPU, criada em 2009. Ela surgiu com o propósito de atacar justamente essa disparidade entre os requisitos de renderização que os artistas 3D precisam e o poder de processamento acessível a maior parte deles. Foi em 2017 que a empresa lançou a Render Network, sua mais nova solução.
Seu co-fundador e CEO, Jules Urbach, possui mais de 25 anos de experiência na indústria de computação gráfica, streaming e renderização 3D. Antes da OTOY, ele criou a primeira plataforma de videogame 3D da web e licenciou o software para Macromedia, Disney, Warner Brothers, Nickelodeon, Microsoft, Hasbro e AT&T. Atualmente, ele atua na parte estratégica e de tecnologia do protocolo, como arquiteto-chefe.
Ficha:
Nome: Render Network
Token: RNDR
Market Cap: US$ 1,09 bilhão
Fully Market Cap: US$ 1,57 bilhão
RNDR Supply atual: 371,9 milhões
Supply total: 530,9 milhões
Supply máximo: 536,8 milhões
Preço (17 nov): US$ 2,94
RMRK
A RMRK (pronuncia-se “remark”) é um protocolo que inicialmente surgiu no ecossistema da Polkadot e Kusama. Ele pode ser considerado como a infraestrutura de um novo padrão de NFTs bem mais personalizável que os famosos ERC-721 e ERC-1155. O projeto está no nosso radar há algum tempo, em junho de 2021 chegamos a escrever um texto completo sobre ele, o qual você pode conferir aqui.
Dentre os diferenciais do padrão RMRK, podemos citar como principais:
“Nested NFTs”: permite que um NFT funcione como uma camada base e outros NFTs possam ser adicionados, armazenados e equipados a ele. Em outras palavras, isso permite que NFTs possam ter a posse de outros NFTs.
“Multi Resource”: capacidade de um NFT se expressar de várias maneiras dependendo do contexto. Com isso, um NFT pode ser uma foto, uma música, um documento em PDF e uma arte 3D ao mesmo tempo e a depender do ambiente que está, se expressar em uma de suas formas.
“Conditional rendering”: condições do NFT mudam com base em fatores específicos, como, por exemplo, se um NFT de um carro em um jogo for transacionado mais de 50 vezes, ele começa a mostrar sinais de deterioração.
“NFT DAOs”: permite que os NFTs possam ser tokenizados, permitindo que sua propriedade possa ser segmentada em diversos agentes. Dessa forma, torna-se viável a governança do mesmo de forma descentralizada, sendo que os detentores de tokens têm poder de voto sobre as decisões do NFT.
Você pode encontrar coleções que utilizam o padrão de NFTs RMRK no marketplace da Singular. Além disso, eles facilitam bastante o desenvolvimento de novos projetos em cima de sua infraestrutura ao fornecerem uma solução no-code aos usuários.
Recentemente, o projeto se expandiu para a linguagem de programação Solidity, tornando possível sua implementação em ecossistemas EVM. Isso foi possível através da criação de diversos novos padrões de tokens: ERC-7401, ERC-5773, ERC-6220, ERC-6454, ERC-7409 e ERC-7508. Esse foi um grande passo para aumentar sua base de usuários e alcançar mais projetos que possam se beneficiar da tecnologia.
Time por trás
O fundador do RMRK é Bruno Škvorc, um ex-desenvolvedor da Ethereum e escritor técnico com experiência na Web3 Foundation. Ele também foi membro do conselho da Polkadot e da Kusama, eleito pelos token holders de DOT. Seu trabalho no projeto iniciou em agosto de 2020. Outros membros da equipe incluem Yuri Petsuko e Yuri Gii, desenvolvedores com ampla experiência no mercado.
Ficha:
Nome: RMRK
Token: RMRK
Market Cap: US$ 20 milhões
Fully Market Cap: US$ 21 milhões
RNDR Supply atual: 9,5 milhões
Supply total: 10 milhões
Supply máximo: 10 milhões
Preço (17 nov): US$ 2,11
Chainge Finance
A Chainge Finance é um protocolo DeFi cross-chain com o objetivo de simplificar a interação com a blockchain para usuários comuns e atacar a questão da fragmentação de liquidez entre diferentes ecossistemas, fornecendo um alto grau de personalização ao mesmo tempo em que o usuário mantém controle de seus ativos fazendo a auto-custódia.
Ela possui seu próprio aplicativo mobile, disponível na App Store e na Google Play Store, que funciona de forma muito semelhante ao aplicativo de um banco tradicional. Apesar de ser desenvolvida em uma blockchain chamada Fusion, a Chainge é integrada com 75 diferentes blockchains e mais de 4 mil ativos, possibilitando que as movimentações solicitadas pelos usuários ocorram por trás dos panos na rede onde for mais vantajoso, mas com a complexidade abstraída da interface de usuário. Isso é possível graças à tecnologia Fusion DCRM.
A Chainge integra a liquidez das principais DEXes do mercado, como Uniswap, Sushiswap, 1inch, PancakeSwap, entre muitas outras. Dessa forma, a transação é sempre realizada na rede e no protocolo que possui mais liquidez e que tenha as menores taxas de slippage. Alguns dos instrumentos financeiros que os usuários podem utilizar em seu aplicativo são:
Simples swaps de tokens;
Negociações do mercado futuro;
Negociações de opções;
Staking;
Serviços de empréstimos;
Provimento de liquidez.
Quem é o fundador
Seu fundador é o DJ Qian, que depois de encerrar uma passagem de 12 anos na IBM, onde ocupou cargos executivos e de gerente geral, partiu para o mundo do empreendedorismo tecnológico. Desde 2013 na indústria blockchain, ele também é co-fundador da DEX Anyswap, fundador da blockchain Fusion, co-fundador da blockchain VeChain, cofundador da QTUM e CEO da BitSE, uma das primeiras empresas a atuar em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia blockchain.
Ficha:
Nome: Chainge Finance
Token: CHNG
Market Cap: US$ 39,5 milhões
Fully Market Cap: US$ 80,3 milhões
CHNG Supply atual: 400 milhões
Supply total: 716 milhões
Supply máximo: 814 milhões
Preço (17 nov): US$ 0,099
As dez notícias mais importantes da semana
O ex-CEO da Polygon Labs, Ryan Wyatt, se juntou a Optimism como Chief Growth Officer;
O braço de investimentos do banco Standard Chartered lançou uma plataforma de tokenização chamada Libeara;
O Banco Central de Singapura começou a testar casos de uso de tokenização em conjunto com players do mercado financeiro tradicional como JPMorgan, DBS e BNY Mellon;
As taxas acumuladas das front-ends da Uniswap Labs arrecadaram mais de US$ 1 milhão em um mês;
A v2 do Lens Protocol foi anunciada durante a Devconnect, em Istambul;
A corretora Blockchain.com finalizou uma nova rodada de captação de recursos Series E de US$ 110 milhões liderada pela Kingsway Capital;
Ex-executivos da FTX pretendem fundar uma nova corretora em Dubai.
O estado das Layers 2
O gráfico a seguir, elaborado pela Coingecko, nos mostra o estado atual de desenvolvimento das redes de segunda camada da Ethereum e de sidechains em termos de Total Valor Travado (TVL). A Arbitrum segue disparada como a maior solução do setor, com um TVL de US$ 1,79 bilhão, seguida pela Polygon, com um TVL de US$ 775 milhões, e a Optimism, com um TVL de US$ 639 milhões. As três redes em conjunto representam cerca de 74% de todo o TVL do ecossistema de segundas camadas da Ethereum.
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Fechamento semanal do mercado:
BTC - US$ 36.481,00 / 7D %: -2,55%
ETH - US$ 1.945,00 / 7D %: -7,32%
USD - 4,90 BRL / 7D %: -2,14%
Cotação atualizada em: 17/11/2023 às 16:20
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