Apostas para criptomoedas em 2026
Edição #1090 - Dia 27 de dezembro de 2025
O mercado cripto chega em 2026 no meio de uma encruzilhada. De um lado, analistas da Grayscale afirmam que quem espera o bear market “entendeu tudo errado”. Do outro, traders apontam padrões técnicos sugerindo uma correção brutal, com previsões do Bitcoin caindo para US$ 40 mil até o fim do ano que vem.
A pergunta não é trivial. Em jogo está não apenas a carteira de milhões de investidores, mas a própria tese de maturação de um mercado que em 2025 conseguiu algo notável: ultrapassar US$ 4 trilhões em capitalização total pela primeira vez na história, mesmo enquanto navegava por turbulências regulatórias e macroeconômicas.
O que irá tornar 2026 particularmente fascinante é o timing. Pela primeira vez, o Bitcoin quebrou sua All Time High (ATH) antes do halving de 2024, sugerindo que os ciclos de quatro anos podem estar chegando ao fim ou, na visão mais otimista, entrando em um “superciclo” em que quedas serão menos violentas e a estrutura de mercado mais resiliente. A Grayscale observa que o drawdown atual de 32% do pico está perfeitamente alinhado com correções típicas de bull markets anteriores, quando o ativo caiu 10% ou mais cerca de 50 vezes desde 2010.
Os dados on-chain contam uma história dupla. Por um lado, o Coin Days Destroyed disparou recentemente, indicando que holders de longo prazo estão movimentando seus bitcoins, o que historicamente é um sinal de topo de mercado. Por outro, as reservas de Bitcoin em corretoras estão nos níveis mais baixos desde 2018, sugerindo que a oferta disponível para venda está se esgotando. Adicione a isso os fluxos institucionais via ETFs, que já somam mais de US$ 4,5 bilhões em 2025 e você tem um mercado estruturalmente diferente de qualquer ciclo anterior.
A Bernstein elevou sua previsão para Bitcoin para US$ 150 mil em 2026 e mantém a visão de longo prazo de US$ 1 milhão até 2033, citando o que chamam de “ciclo alongado” com compra institucional mais resiliente. Já a JPMorgan argumenta que se o Bitcoin continuar a fechar a lacuna de volatilidade com o ouro, poderia atingir US$ 170 mil, desafiando a capitalização de mercado de US$ 28,3 trilhões do metal precioso.
Mas nem tudo são flores e previsões otimistas. O indicador TD Sequential, que historicamente sinalizou correções de 78% e 32% no passado, acendeu o sinal vermelho novamente. Analistas técnicos identificam zonas críticas de suporte em US$ 84 mil, US$ 70 mil e US$ 58 mil, níveis que, se rompidos, poderiam desencadear uma espiral de liquidações forçadas semelhante aos US$ 19 bilhões liquidados em um único dia recentemente, na maior liquidação da história cripto.
A grande consolidação: quem sobrevive, quem morre
Se 2025 foi o ano da expansão desenfreada de redes de segunda camada (L2s), 2026 será lembrado como o ano da Grande Consolidação. O relatório da 21Shares não deixa margem para otimismo tépido: “a maioria dos redes de segunda camada do Ethereum não sobreviverá até o final de 2026”. Os números são brutais. Das mais de 50 redes de segunda camada competindo hoje, Base, Arbitrum e Optimism já processam quase 90% de todas as transações das L2s, com a Base sozinha controlando mais de 60% do market share.
O que matou os L2s menores? Uma combinação letal de baixa atividade de usuários (que caiu 61% desde junho), liquidez evaporada e, ironicamente, o próprio sucesso do upgrade Dencun. A redução de 90% nas taxas desencadeou guerras de taxas que empurraram a maioria dos rollups para o prejuízo. A Base foi a única L2 que teve lucro em 2025, faturando cerca de US$ 55 milhões. Até protocolos DeFi estabelecidos como Aave e Synthetix reduziram as entradas de redes de segunda camada mais fracas, citando a baixa liquidez e os retornos limitados.
Para a Ethereum, essa consolidação não é necessariamente negativa. Vitalik Buterin delineou em janeiro de 2025 um plano ambicioso para 2026: aumentar o limite de gas em até 5 vezes e escalar o throughput da rede principal para 100 mil transações por segundo através de melhorias em compressão de dados e implementação do PeerDAS. O upgrade Pectra, programado para março de 2026, deve dobrar a capacidade de blobs para 6 por slot, com potencial para expandir 8 vezes ou mais ao longo do tempo.
Mas há uma pegadinha. A JPMorgan alertou que o modelo econômico da Ethereum pode continuar a enfraquecer sem medidas proativas, como a introdução de taxas para redes de segunda camada. O banco projeta uma recuperação para US$ 6 mil em 2026 e US$ 7,5 mil em 2027, mas apenas se os desafios estruturais forem endereçados. Por enquanto, o ETH oscila entre previsões conservadoras de US$ 2,5 mil a US$ 3 mil no cenário bearish e alvos otimistas de US$ 6 mil caso a adoção institucional acelere.
A revolução silenciosa dos dólares digitais
Enquanto traders especulam sobre o próximo moonshot, a transformação mais profunda do ecossistema cripto em 2026 pode estar acontecendo no segmento menos sexy do mercado: stablecoins. Múltiplas previsões convergem para um marco ousado: US$ 1 trilhão em capitalização de mercado até o final do ano.
O grande driver? A mudança de stablecoins estáticas para yield-bearing stablecoins, que são tokens que distribuem retornos gerados pelos Treasuries tokenizados, lending DeFi ou estratégias de delta-neutral diretamente aos holders. A Ethena, com seu USDe crescendo para US$ 14,8 bilhões em supply, demonstra a demanda latente por estabilidade com rendimento. Projeções sugerem que tokens yield-bearing podem exceder US$ 50 bilhões em oferta, triplicando os níveis atuais.
A aprovação do GENIUS Act nos EUA em julho de 2025 estabeleceu o primeiro framework federal abrangente para stablecoins, exigindo reservas 100% lastreadas e criando vias de licenciamento federal e estadual. Combine isso com a implementação completa do MiCA na Europa e você tem um mercado que finalmente opera sob regras claras. Varejistas, bancos, fintechs e processadores de pagamento estão todos olhando para integração de stablecoins. A consultoria McKinsey estima que transações com stablecoins podem ultrapassar as tradicionais em menos de 10 anos, com o mercado crescendo de US$ 250 bilhões hoje para US$ 2 trilhões até 2028.
O volume anual de transações com stablecoins atingiu US$ 46 trilhões, segundo a Andreessen Horowitz, mais de 20 vezes o volume do PayPal e próximo a 3 vezes o volume da Visa. Para contexto, a Circle processou mais de US$ 12 trilhões em volume de transações on-chain com USDC apenas em 2023. A velocidade — a relação entre volume de transações e supply — será a métrica definitiva de saúde em 2026, separando capital produtivo de capital ocioso.
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Ativos reais e tokens digitais: a tokenização que realmente importa
Se stablecoins são a revolução barulhenta, a tokenização de Real World Assets (RWA) é a transformação estrutural que pode redefinir finanças globais. As previsões para 2026 são nada menos que espetaculares: de US$ 35 bilhões em ativos tokenizados em 2025 para mais de US$ 500 bilhões em 2026, impulsionados principalmente pelo CLARITY Act, que permite que bancos e gestores de ativos emitam e custodiem instrumentos tokenizados publicamente.
O mercado de RWA já não é teoria. De acordo com a rwa.xyz, a exposição tokenizada a fundos está em aproximadamente US$ 2,95 bilhões em novembro de 2025, incluindo produtos como JAAA (representação tokenizada do ETF Janus Henderson AAA CLO) e USCC (da Superstate, provendo acesso a títulos governamentais de curta duração). A Ondo Finance lidera em produtos tokenizados estruturados que combinam eficiência on-chain com gestão de ativos off-chain.
Mas RWA vai muito além de Treasury tokens. Imóveis comerciais e residenciais estão sendo fracionados para investidores globais. Metais preciosos, commodities, arte e colecionáveis estão sendo digitalizados. Créditos de carbono agora têm mercados transparentes e verificáveis, cruciais para metas corporativas de sustentabilidade. A convergência de blockchain, IA e IoT promete criar classes de ativos tokenizados ainda mais sofisticadas, levando a um sistema financeiro global verdadeiramente integrado onde propriedade digital é a norma.
A Chainlink emergiu como infraestrutura crítica, fornecendo interoperabilidade entre ambientes on-chain através do CCIP e verificação de reservas via Proof of Reserve, essencial para manter a transparência. Analistas projetam que até 2030 o mercado de RWA pode atingir a casa dos trilhões de dólares, potencialmente englobando praticamente toda atividade econômica humana.
IA encontra cripto: a convergência inevitável
2026 pode marcar o ano em que inteligência artificial e blockchain finalmente se fundem de forma significativa. Não estamos falando de tokens meme com “AI” no nome, mas de projetos que usam IA para resolver problemas reais de infraestrutura, segurança e computação descentralizada.
A Hashdex prevê que a capitalização total de projetos cripto que combinam IA e blockchain chegará a US$ 10 bilhões. Projetos como Bittensor (TAO), um marketplace descentralizado de IA que incentiva machine learning colaborativo, e Render (RNDR), que democratiza acesso a GPU rendering para treinamento de modelos de IA, exemplificam esta convergência. A Artificial Superintelligence Alliance, incluindo Fetch.ai e SingularityNET, está construindo agentes de IA autônomos e marketplaces globais de serviços de IA.
O ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao, prevê que sistemas de IA abandonarão ferramentas financeiras convencionais e adotarão cripto para interações econômicas. À medida que agentes autônomos carregam mais operações — acessando dados sensíveis, iniciando ações, fazendo pagamentos — a verificação não será mais opcional, mas um requisito operacional central. A Forbes projeta que até 2026, a blockchain se tornará infraestrutura confiável para assinatura, rastreamento de origem e verificação de ações de agentes de IA.
Ferramentas de predição impulsionadas por IA já demonstram valor, com estudos de caso da CoinMetrics mostrando modelos híbridos que reduziram erros de previsão em 30%. No entanto, a precisão direcional permanece em 55-65%, enfatizando que a supervisão humana ainda é essencial. A integração institucional de altcoins impulsionada por IA está acelerando, com 90% das instituições financeiras esperando integração blockchain até 2026.
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Regulação: o jogo muda de vez
A paisagem regulatória de 2026 será irreconhecível comparada a apenas dois anos atrás. Nos EUA, o GENIUS Act e o CLARITY Act estabeleceram pela primeira vez frameworks federais abrangentes, definindo jurisdições da SEC e CFTC e criando estrutura regulatória para o mercado de stablecoins de US$ 260 bilhões.
Na Europa, o MiCA atingiu implementação completa, criando o framework cripto mais abrangente do mundo. Embora requisitos rigorosos tenham causado disrupção significativa no mercado, a clareza regulatória está desbloqueando o capital institucional. Jurisdições asiáticas variam amplamente: Singapura estendeu a supervisão para todas as firmas cripto locais; Hong Kong revelou seu framework A-S-P-I-Re para se tornar hub de ativos digitais; e os Emirados Árabes criaram um framework nacional unificado posicionando Dubai como centro cripto global.
Por sua vez, o Comitê da Basileia aprovou frameworks para bancos divulgarem exposição a ativos virtuais a partir de 2026, enquanto reguladores esperarão cada vez mais proof-of-reserves como parte de obrigações de compliance de VASPs. O framework CARF liderado pela OCDE, endossado pelo G20, promete transmissão de informações entre autoridades fiscais sobre ativos virtuais, com primeiras trocas CARF esperadas em 2027.
Os números falam por si. O mercado cripto atingiu US$ 4 trilhões pela primeira vez em 2025, e 73% dos investidores agora detêm altcoins além do Bitcoin. Com clareza regulatória, infraestrutura melhorada e adoção institucional acelerando, 2026 promete ser o ano em que cripto finalmente sai da adolescência para a maturidade, para o bem ou para o mal.
A questão não é mais se o mercado cripto vai sobreviver, mas qual versão dele prevalecerá: o cassino especulativo de sempre ou a infraestrutura financeira do século XXI. A resposta virá em 12 meses.
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