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O ambiente cripto é conhecido pela liberdade irrestrita, pelo anonimato dos usuários e pela inexistência de moderação de qualquer conteúdo. São valores morais que estão no centro dos ideais cripto. Mas, desde janeiro deste ano, um protocolo se tornou um dos mais controversos do mundo cripto na mesma velocidade em que se transformou em um dos mais utilizados e rentáveis. Na edição de hoje da Morning Jog iremos conhecer a história do Pump.fun.
Mas antes de entender o que é esse protocolo, precisamos compreender como chegamos a este estágio. Neste ano, o mercado cripto testemunhou uma onda sem precedentes de memecoins surgindo em várias blockchains. Essa explosão de atividades especulativas não apenas capturou a atenção de investidores e traders, mas também posicionou esses tokens como um dos setores que melhor performaram desde o início do ano.
Esse movimento aumentou significativamente a atividade on-chain, elevando os preços de gás e intensificando a congestão nas redes. Desde o último trimestre de 2023, o poder das memecoins de atrair novos participantes e engajar os já existentes foi palpável para todos que participam do mercado. Entre os destaques dessa saga de memecoins estão Dogwifhat, Jeo Boden e Pepe, que emergiram como novos líderes em potencial no setor. Contudo, para cada token bem-sucedido, houve inúmeros outros que fracassaram ou, pior, que eram golpes. Esse cenário criou um campo minado para os investidores, tornando desafiador identificar quais tokens possuem potencial duradouro ou são, de fato, legítimos.
Foi nesse cenário de alta intensidade de adoção das memecoins, que ocorreu um processo de democratização para o surgimento delas. Isso porque durante anos, criar memecoins exigia habilidades de codificação. Mas o Pump.Fun mudou tudo: usando o protocolo, qualquer um podia e pode criar tokens instantaneamente na blockchain da Solana e da Blast. A plataforma foi projetada para o lançamento e a negociação de memecoins.
Criada inicialmente para tokens Solana em janeiro, foi posteriormente expandida para a blockchain Blast em fevereiro. O Pump.fun permite que qualquer pessoa crie e lance novos tokens negociáveis instantaneamente, sem a necessidade de liquidez inicial. Isso reduz significativamente as barreiras de entrada, em contraste com os métodos tradicionais que exigem altos custos e complexidade, incluindo o financiamento de pools de liquidez para a negociação.
O funcionamento do protocolo é simples de entender. Para lançar um token, os usuários precisam apenas selecionar um nome, um ticker (como BTC ou SOL) e a imagem para representar o nome. Após isso, já é possível começar a negociar em uma curva de bonding, gastando apenas alguns dólares. Uma pausa rápida para explicar que a curva de bonding é um conceito matemático que define a relação entre o preço e a oferta de um ativo. No caso do uso no protocolo, a ideia fundamental por trás é de que quando um investidor adquire uma memecoin, que possui uma quantidade limitada, o próximo investidor que quiser adquirir aquele ativo terá que pagar um pouco mais para ter ele.
Assim, na rede Solana, quando o token atinge uma capitalização de mercado de US$ 69 mil, parte desses recursos (US$ 12 mil para ser exato) são adicionados em liquidez à corretora descentralizada Raydium. De forma semelhante, isso ocorre na rede Blast, embora lá seja necessário alcançar uma capitalização de mercado de US$ 420 mil. Nesse caso, US$ 30 mil são injetados em liquidez na DEX Thruster.
Entre outras características, o Pump.fun também adota medidas contra o frequente problema de golpes de liquidez, garantindo que cada token seja lançado de forma justa, sem pré-venda e/ou alocação para as equipes por trás dos projetos. Essa abordagem de segurança e equidade tem sido fundamental para o sucesso da plataforma, que gerou quase US$ 93 milhões em receita novembro.
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Com o crescimento, veio a insanidade
Foi no momento em que estava faturando muito, vendo milhares de novos usuários entrarem no mercado, o Pump.Fun sofreu uma reviravolta? Isso porque cada moeda estava vinculada à possibilidade do criador do token fazer streaming ao vivo. E foi aí que as coisas ficaram bizarras, estranhas e sombrias.
Isso porque o Pump.Fun mostrou que não era mais apenas um protocolo para o lançamento de memecoins inofensivas. Ao contrário, ele acabou se tornando em um game show de horror.
Ao dar aos criadores a possibilidade de realizar transmissões ao vivo de si mesmos, começaram a surgir atos cada vez mais extremos, tudo com o objetivo de dar um pump (aumentar) no preço dos seus tokens. Assim, quanto mais chocante fosse o conteúdo, mais pessoas comprariam o ativo. No início do protocolo, os streamings eram inofensivos: 1) memes engraçados, entretenimento simples e desafios da comunidade. Mas, à medida que os criadores passaram a competir por atenção, um padrão cada vez mais perturbador passou a surgir.
Como um protocolo cripto, o Pump.Fun é uma plataforma que não possui restrições de idade. Também não tem nenhuma moderação de conteúdo. Logicamente, também não possui nenhum processo de verificação. Essa combinação acabou se tornando tóxica e possibilitou o surgimento de uma tempestade perfeita: criadores desesperados ultrapassaram um por vez os limites do outro para poderem se destacar. Foi assim que surgiram casos de violência para tentar criar valorização de um token.
Duvidam? Há promoção de tokens em que os criadores estavam ameaçando se automutilar caso suas moedas não atingissem certos preços. Em outro caso, um streamer atirou uma arma pela janela para cada vez que o preço do ativo subia. Outro criador de memecoin ameaçou que seria violento contra seus familiares caso o preço dos ativos não subisse. Teve quem criou tokens para glorificar o nazimo, enquanto outros fizeram ameaças envolvendo escolas. Tudo com a mesma base: se o preço do ativo não subir, eu farei determinada ação. Foi dessa forma que o protocolo acabou evoluindo de memes bobos para um coliseu digital de obscenidades, violência e posturas tóxicas.
Neste ponto, parte da comunidade cripto ficou escandalizada, enquanto outra parte mantinha a mão no controle apostando nesse cassino digital sem regulação. Ao fim, o Pump.Fun criou um coquetel perigoso que mistura psicologia do jogo, com relações parassociais e responsabilidade zero. Tudo isso alimentado pela criação instantânea de tokens. Não é difícil entender as implicações: qualquer um poderia criar um token, começar a transmitir e manter os espectadores emocionalmente reféns. Quanto mais extrema a ameaça, maior a probabilidade de as pessoas comprarem para preveni-la. Um jogo de manipulação psicológica que expôs uma realidade: quando você combina supervisão zero com desespero financeiro e busca de atenção viral, as pessoas irão cruzar quaisquer limites.
Os resultados assustaram tanto a comunidade que o Pump.Fun se viu obrigado a desativar o streaming da plataforma. Ele está tentando se regular antes de ser regulado. Como opera em uma blockchain, a plataforma não precisa respeitar nenhuma autoridade central e nem há um botão para desligá-la.
A história sombria do Pump.Fun mostra que a tecnologia sem ética se torna uma arma, assim como a liberdade sem responsabilidade se torna caos. Isso faz levantar questões como se as criptomoedas devem ter limites?
Veja alguns casos extremos do Pump.Fun:
Criança aplica rugpull e rouba US$ 30 mil dólares dos investidores
Dev salda o nazismo e queima bandeira de Israel
Dev com fetiche preso dentro de uma gaiola
Criança de 12 anos prometendo matar a família se o token não bater US$ 1 milhão de marketcap
Criador exige token em US$ 1 milhão para não matar seu cachorro
Diante de críticas, o futuro do Pump.fun
Com o fechamento do streaming, o PumpFun espera continuar como se nada tivesse ocorrido. Nesse ponto, analisar o que torna o protocolo rentável é fundamental. É provável que o Pump.fun siga um padrão semelhante ao de marketplaces de NFTs, em que o líder inicial do mercado pega quase todo mercado devido à escassez de alternativas. Assim, ao invés de fundamentos sólidos, o Pump.fun se beneficia por ser a única plataforma focada exclusivamente em memecoins, atraindo particularmente investidores que acreditam no superciclo das memecoins.
A aplicação, que ainda não tem um token, não tem barreiras defensivas óbvias enquanto protocolo, ou seja, sua tecnologia pode ser replicável. Por ora, ela possui uma alavanca chave: atenção. Manter capturada a atenção do investidor cria espaço para que o Pump.fun desenvolva uma estratégia de entrada no mercado que, se bem-sucedida, pode tanto reter usuários existentes quanto atrair novos.
Desde o lançamento do PumpFun, em janeiro, ele acumulou mais de US$ 240 milhões em receita, com mais de 3 milhões de memecoins lançadas, gerando debates sobre a seriedade do ecossistema DeFi da Solana. Apesar dos números impressionantes, o modelo do Pump gerou críticas também pelo ritmo de criação de memecoins, que tornou o mercado extremamente competitivo e, para muitos, inviável. Nas últimas 24 horas, por exemplo, mais de 18 mil tokens foram lançados, mas apenas XX atingiram a marca de 69 mil para serem listados na DEX da Solana.
Os desafios apresentados pelo Pump não são exclusivos da Solana, mas refletem um problema maior do mercado cripto: a proliferação de altcoins sem inovação e o influxo limitado de capital novo. Apesar disso, traders podem adotar estratégias mais ágeis e focadas no lucro em mercados de médio e alto capital para continuar encontrando oportunidades.
As notícias mais importantes da semana
Mais controle do governo sobre os seus tokens. O BC quer proibir a transferência de stablecoins para carteiras de autocustódia, como MetaMask.
No Canadá, o prefeito de Vancouver, Ken Sim, anunciou uma proposta para integrar Bitcoin à estratégia financeira da cidade.
A Chainlink e a 21X criaram o primeiro sistema regulamentado de negociação e liquidação de valores mobiliários tokenizados na Europa.
MicroStrategy comprou mais 15.400 BTC por US$ 1,5 bilhão, consolidando-se como a maior detentora corporativa de Bitcoin.
O maior banco brasileiro, o Itaú, integrou a possibilidade para que todos os clientes possam negociar BTC e ETH diretamente no app do banco.
BlackRock atinge 500 mil BTC sob gestão.
Paul Atkins, nome pró-cripto, foi escolhido por Donald Trump para comandar a SEC, órgão regulador do mercado financeiro.
A gestora Grayscale propôs à SEC a conversão do Grayscale Solana Trust em um ETF spot, a ser listado na bolsa de valores de Nova York.
BC pode recuar na proibição de saques de stablecoins.
Pudgy Penguins bate recorde com alta de 40%.
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