Ethereum em problemas: a blockchain que queria ser descentralizada, mas esqueceu de combinar com o chefe
Edição #813 - Dia 1 de fevereiro de 2025
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Vitalik Buterin sempre vendeu a Ethereum como um bastião da descentralização. A rede que traria liberdade financeira ao mundo, eliminaria intermediários e garantiria que ninguém tivesse poder absoluto sobre o ecossistema. Mas, como toda utopia, a realidade bateu à porta e revelou um sistema que, ironicamente, parece depender de um só homem: o próprio Buterin.
Recentemente, o cofundador da Ethereum fez uma declaração digna de um CEO tradicional: “A pessoa que decide a nova equipe de liderança da Ethereum Foundation (EF) sou eu” Ah, a descentralização em sua forma mais pura. Se a blockchain fosse um país, teríamos um ditador vitalício? Isso gerou inúmeras críticas da comunidade, como à feita por Anthony Donofrio, membro fundador da Ethereum: “a EF é um paradoxo. Apesar de seu compromisso com a descentralização, ela opera como uma entidade centralizada, com um diretor, uma tesouraria, desenvolvedores pagos e um círculo interno. Essas estruturas, embora necessárias para a coordenação, criam tensões com o ethos descentralizado da Ethereum.”
Nos últimos meses, a Ethereum tomou inúmeras decisões erradas que fez com que boa parte da comunidade passasse a questionar os caminhos que o projeto está trilhando e o que virá pela frente. Isso é refletido no preço, no uso do ecossistema da rede, das redes de segunda camada e até mesmo nas decisões tomadas pela Ethereum Foundation, a organização descentralizada por trás da blockchain, do token e de todo ecossistema.
O crescimento de redes como a Solana fez com que nomes pesados da Ethereum, como o cofundador da rede e atual CEO da ConsenSys, Joseph Lubin, fizesse uma proposta de substituição de Aya Miyaguchi, atual diretora executiva da EF por uma estrutura de liderança dupla: Danny Ryan e Jerome de Tychey, presidente da Ethereum France. Sua mensagem foi clara. Estamos agora em um tipo de ambiente muito diferente em nosso setor. E isso exige um tipo muito diferente de fundação.
Críticas a gestão da Ethereum
Diante de todos os ataques e FUDs (medo, incerteza e dúvida) que a Ethereum Foundation vem sofrendo, Vitalik Buterin se ergueu e, em um longo texto, disse que a sugestão de troca é “pura maldade”. Mesmo assim, prometeu mudanças no alto escalão da fundação. “De fato, estamos atualmente no processo de grandes mudanças na estrutura de liderança da EF, que vem ocorrendo há quase um ano. Algumas delas já foram executadas e tornadas públicas, e outras ainda estão em andamento”, disse Buterin em um post no X.
Diante de tudo isso, vamos entender os fatos que levaram a Ethereum até o atual estágio:
nº1: O escândalo do Eigen Layer: consultores "isentos" faziam recomendações de criptoativos em troca de favores. Que surpresa!
nº2: Atualização Dencun: prometia eficiência, mas acabou diminuindo as receitas da rede.
nº3:Investidores migrando para a Solana: Ethereum perdeu terreno enquanto a Solana teve uma meme seasson para os novos investidores.
nº4 Token do Trump na Solana: enquanto a Solana abocanhava o mercado de memecoins com lançamentos como Trump, a Ethereum olhava de longe, como alguém que ficou de fora da festa. Embora seja importante ressaltar que o projeto DeFi de Trump, World Financial Liberty (WLF), tenha escolhido a Ethereum como rede para operar.
nº5: Volume de NFTs na Ethereum em queda: enquanto a rede Ethereum perde espaço, a Solana passa a dominar o mercado de NFTs.
nº6: Custos de transações ainda absurdos: enquanto outras redes prometem transações por menos de centavos, a Ethereum continua cobrando valores elevados por sua gas fee.
nº7: Explosão de Layers-2: muitas soluções surgiram, como Arbitrum e Optimism, mas ao invés de fortalecerem a Ethereum, começaram a capturar o valor que antes ficava na rede principal.
nº8: Concorrência forte de novas redes: além da Solana, há o crescimento de blockchains como Avalanche, Aptos e Sui, a Ethereum está precisando reinventar sua narrativa para manter sua posição dominante.
nº9: ETFs decepcionantes: Enquanto os ETFs de Bitcoin causaram uma onda de compras, os de Ethereum foram recebidos de forma discreta.

nº10: Adoção institucional lenta: A BlackRock entrou na jogada, mas os grandes investidores ainda hesitam em colocar ETH no seu portfólio, nos moldes do que é feito com o BTC.
nº11:Atualização Pectra no radar: Com a possibilidade de aumentar os depósitos mínimos de validadores de 32 ETH para 2.048 ETH, a economia da rede pode ser alterada novamente.
nº12:Crise na Ethereum Foundation: o preço estagnado e as críticas a diretoria da Ethereum Foundation, com a comunidade solicitando uma mudança começando com a saída da diretora executiva Aya Miyaguchi.
nº13: Vendas de ETH para manutenção da operação da rede: Só em janeiro a EF vendeu 300 ETH para custear a operação, gerando críticas da comunidade. Se até a Ethereum está vendendo, por que eu não vou vender?
Diante disso, como ficam os números? Eles acabam revelando todo o diagnóstico de uma rede fragmentada e com liderança sem rumo claro:
- A atividade on-chain caiu 38%, mas os desenvolvedores trabalham em novas soluções de escalabilidade.
- A Uniswap perdeu 40% do seu volume, mesmo com as pools de liquidez continuando a sua inovação.
- A Balancer e a Morpho perderam 65% de valor, mas a nova fase do DeFi ainda pode trazer um renascimento para os dApps.
- A Ethereum não está mais no Top 5 de redes que geram mais taxas, mas a sua comunidade segue resiliente e disposta em construir um futuro melhor.
- O número de desenvolvedores ativos permanece o maior entre todas as blockchains, provando que, apesar de todo os desafios, a Ethereum ainda é a queridinha dos desenvolvedores.
- O TVL (Total Value Locked) no DeFi da Ethereum caiu significativamente, mas novas propostas de staking líquido podem ajudar a reverter essa tendência.
- Trump escolheu a Ethereum: A World Liberty Financial optou pela Ethereum em vez da Solana para a estrutura do seu protocolo, mostrando que a credibilidade ainda pesa.
- Staking em alta: apesar das críticas, 29% do ETH circulante está travado em staking, reduzindo a oferta disponível no mercado, o que pode impulsionar o preço.
- Redes de segunda camada ganham força: Rollups e soluções como zkSync e StarkNet continuam a expandir suas funcionalidades, prometendo trazer mais usuários para a Ethereum.
- Inteligência Artificial na blockchain: Projetos de IA estão cada vez mais utilizando Ethereum para rodar suas redes neurais descentralizadas, o que pode ser um catalisador para adoção massiva.
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Salvador, monarca absolutista ou um líder em transformação? A transformação de Vitalik
Durante anos, Vitalik Buterin foi visto como um visionário, um gênio e até mesmo como um farol da descentralização no mundo cripto. Mas sua postura recente vem levantando questões, como: ele está se tornando um monarca ou apenas tentando consertar a casa enquanto ela está pegando fogo?
A frase "Eu decido a nova equipe" causou alvoroço no cripto twitter, mas a boa notícia é que ainda há tempo para que sejam feitas mudanças. O que Ethereum precisa é de uma governança mais transparente, em que os desenvolvedores, a comunidade e os stakeholders tenham voz. A Ethereum ainda hospeda os principais projetos de DeFi e de NFTs e continua sendo a rede mais utilizada para contratos inteligentes.
Além disso, a comunidade é apaixonada, engajada e criativa, o que sempre será um diferencial para a recuperação. Por fim, soluções como a Ethereum 3.0 estão no horizonte, trazendo mudanças estruturais como sharding, zkEVM na camada base e uma integração mais profunda com as redes de segunda camada, o que pode restaurar e até mesmo ampliar a competitividade da rede no longo prazo. O primeiro passo para a recuperação foi dado esta semana.
Diante da crise de confiança, a Fundação Ethereum decidiu jogar uma carta de emergência: investiu 50 mil ETH (aproximadamente US$ 167 milhões) em protocolos DeFi para mostrar que ainda se importa com sua comunidade. Isso, claro, depois de anos sendo criticada por manter um tesouro de US$ 900 milhões sem fazer nada de relevante com ele. Parece até aquele chefe que só dá aumento para o time depois que metade da equipe já pediu demissão. Mas, quem sabe, esse pode ser o primeiro sinal de que a Ethereum está disposta a mudar sua abordagem e ser mais ativa no mercado.
Além disso, o retorno das DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas) pode representar um novo fôlego, permitindo que a governança comunitária seja mais ativa e participativa. A verdade é que a Ethereum ainda é gigante, mas precisa amadurecer. Suas promessas de descentralização se tornaram questionáveis, seu market share está derretendo e a confiança da comunidade está no menor nível desde os dias sombrios do DAO hack de 2016.
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E o futuro da Ethereum?
Mas há esperança. A Solana pode estar em alta agora, mas a Ethereum tem algo que poucas blockchains têm: tempo de mercado, credibilidade, ecossistema diversificado de aplicações e a comunidade mais ativa do setor. Se conseguir reformular sua governança e oferecer soluções reais para os problemas de escalabilidade e taxas, irá recuperar o espaço perdido. É sempre importante apontar: ela criou o sistema DeFi e continuamente trouxe algumas das maiores inovações tecnológicas para o mercado cripto.
O futuro da Ethereum está em discussão? Sim. Mas, se há uma blockchain com capacidade para se reinventar e apresentar novas habilidades, essa blockchain é a Ethereum. Vitalik e sua equipe têm grandes desafios pela frente, mas com as escolhas certas, podem transformar essa crise em um novo renascimento. A Solana pode estar rindo agora, mas quem ri por último ri melhor. A Ethereum ainda tem muitas cartas para jogar. E, no final das contas, o mercado cripto adora uma boa reviravolta.
As notícias mais importantes da semana
Em meio a críticas sobre a Ethereum e o desempenho do token ETH, Vitalik Buterin, co-fundador da rede, defendeu que qualquer atualização focada em escalabilidade deve impulsionar o uso do token.
O Bitcoin apresentou uma forte queda ontem em meio ao sucesso da ferramenta de inteligência artificial chinesa DeepSeek. O app de IA generativa compete com rivais americanos, como o ChatGPT, mas a custos bem menores.
As autoridades francesas abriram uma investigação judicial contra a Binance, por suspeitas de lavagem de dinheiro, fraude fiscal, além de outras infrações.
O token do Santos, SANTOS, subiu mais de 10% após o clube anunciar a contratação de Neymar Jr.
A Tesla reportou um ganho de US$ 600 milhões, equivalente a R$ 3,5 bilhões, em suas reservas de Bitcoin no quarto trimestre de 2024.
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